maio 07, 2005

Poetas ( XVII)

SONETO DO PAU DECIFRADO

É pau, e rei dos paus, não marmeleiro,
Bem que duas gamboas lhe lobrigo;
Dá leite, sem ser árvore de figo,
Da glande o fruto tem, sem ser sobreiro:

Verga, e não quebra, como zambujeiro;
Oco, qual sabugueiro tem o umbigo;
Brando às vezes, qual vime, está consigo;
Outras vezes mais rijo que um pinheiro:

À roda da raiz produz carqueja:
Todo o resto do tronco é calvo e nu;
Nem cedro, nem pau-santo mais negreja!
Para carvalho ser falta-lhe um U; (carualho)
Adivinhem agora que pau seja,
E quem adivinhar meta-o no cu.

(Manuel Maria Barbosa du Bocage)

Bom Fim de Semana...ou Até já :)

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