novembro 09, 2005

Poema da Negação
(declamando)
(Foto- Toze)
Um não ao mercado global que tudo estrangula, que tudo sufoca, que tudo mata.
Um não ao capitalismo global que nos faz passivos, desempregados, famintos miseráveis, subversivos.
Um não ao lucro e ao culto do lucro.
Um não rotundo do tamanho do mundo.
Um não aos barões da finança, aos banqueiros, aos que enchem a pança.
Um não aos governos joguetes do capital, aos heroínomanos do défice, aos senhores feudais, aos mandaretes locais.
Um não aos vendedores da banha da cobra, aos vendilhões do templo, aos especuladores profissionais.
Um não à economia de guerra, ao imperialismo, à felicidade fabricada.
Um não rotundo do tamanho do mundo.
Um não às multinacionais, ao homem feito mercadoria, à exploração.
Um não ao culto da competição.
Um não às panelinhas, às capelinhas e às outras inhas que aí vão.
Um não que incomoda.
Um não ao detergente da moda.
Um não sem meias tintas, sem mediações internacionais .
Um não sem negociações sindicais, sem institucionalizações partidárias, sem comités centrais.
Um não imenso de revolta.
Um não do tamanho do mundo.

(António P. Ribeiro)

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