O dono da casa convidou e eu cá estou.
Só que isto de passar dos fornos para as retretes assim dum momento para o outro tem que se lhe diga e eu confesso que andei à nora por inspiração para corresponder à altura ao amável convite… coisa que não sei se de qualquer forma terei conseguido mas, de todo o modo aqui fica o meu
POST DE MERDA
ou seja, como padeira cultíssima que sou (lol), resolvi aproveitar a oferta deste espaço para me dedicar à arte. Mais propriamente, arte de merda. Aproveitem por isso, que eu não duro sempre.
1. Como é do conhecimento geral, a obra de arte merdosa mais cara e mais famosa de todos os tempos é da autoria de um cavalheiro de nome Marcel Duchamp, francês (tinha que ser) que teve um dia a belíssima ideia (belíssima para ele próprio, claro), de expor um urinol disfarçado com o nome de “A Fonte” e chamar-lhe escultura, com uma lata do caraças. Claro que esta não foi a única façanha do gajo, se bem que seja até hoje a mais famosa. Ele tem por exemplo outra “escultura”, chamada “Roda de Bicicleta” que, curiosamente, consta precisamente de uma roda de bicicleta em cima dum banco de pau. Brutal! A verdade é que o pessoal deixou-se comer por aquilo e a partir daí foi um Deus nos acuda de espertos a viver à conta do parolo que não quer ser apanhado a escarnecer da arte e hoje em dia, basta um gajo qualquer, bem apadrinhado, atirar com um monte de tralha para um canto duma galeria qualquer tal como fazem os nossos filhos nos quartos deles quando estamos distraídos, para termos uma quantidade de saloios a pagar bilhete para ver aquilo, a avaliar aquilo e a escrever para jornais sobre aquilo. Temos o que merecemos.
2. Outro grande famoso que já se dedicou às louças sanitárias foi Botero, num quadro apelidado precisamente de “O Banho”, mas esse como é Colombiano é natural que se passe de vez em quando porque aquilo lá, pelo que dizem, parece que basta o cheiro da coca. Devo confessar no entanto que, lá na padaria, somos grandes apreciadoras deste artista, quanto mais não seja porque podemos sempre olhar para os seus quadros e dizer: - “Nãããooo! Eu não estou nada gorda!” – Obrigada Botero!
3. Mas há outros, digamos que menos mediáticos, que também já se dedicaram ao delicado tema das necessidades fisiológicas. Odd Nerdrum, Norueguês (aqui deve ser do frio), pintou este extraordinário óleo sobre tela, óptimo para pôr na sala de jantar, chamado Shit Rock , ou seja, em bom português, Rochedo da Merda. Não é romântico?
4. Finalmente uma nota sobre Claus Oldenburg, que é um gajo que na verdade o que gostava era de ser artesão de peluches e bonecas de trapo mas como não tem jeito nenhum para a costura ficou-se por isto. Esta, em particular, está no Museu de Arte Moderna em Nova York e intitula-se “Retrete Mole, Farmácia e Balança”. (?)
E pronto, resta-me agradecer mais uma vez ao dono do estabelecimento o simpático convite.
Didas
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