janeiro 18, 2007

25º
Teus gestos,
reflectidos na água
que dos olhos escorre –
feita espelho
de incontida dor –
e desliza na pele
cavando
profundos sulcos _
quase vales _
como se pedras
em desenfreada avalanche
onde o eco
das palavras persiste,
a ferir de morte.
*
A vida perdeu sentido e cor.
Triste tela
onde o negrume impera
e os sentidos, perdidos,
não encontram o norte.
*
De tua voz
as duras palavras –
eco de desamor,
corpo sem formas –
murmuradas, mansas,
como se de amor,
ao redor da chávena do matinal café
sugaram-me força e vontade.
*
O esventrado corpo meu,
retalhos
de alma esvaída, jaz
algures, em longínquos
perdidos degraus da vida.
*
Tão mansa a tua fala
ao redor da mesa
do matinal café
quando disseste: “nunca te amei!
Era só sexo, e cansei”.
*
O esventrado corpo meu,
e a retalhada alma -
cacos nos degraus –
aguardam redentora chuva
que os faça erguer e
continuar a viver
vida plena,
cheia de audácia.
Por: TMara

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