15º
Toponímia
Era no tempo das outras estações
Em que nos cruzávamos apenas,
Em que nos pensávamos…
O tempo em que não era nossa, a história…
Éramos Inverno,
Antes de percorrermos as vielas do nosso corpo,
Antes de nos encontrarmos
Naquela rua com um nome curioso:
“Nada acontece por acaso”.
Somos agora gestos que correm céleres
Como a torrente da paixão
Que nos une.
Sente como fervilha o sangue rubro!
Sente como,
Com traços de risos
Travamos uma luta
Onde a preeminência existe,
Porque ambos nos superamos,
Por tão sequiosos,
Por tão diferentes,
Que nos atraímos como um íman.
Brincamos com as nossas bocas
Correndo sobre o texto dócil que compomos
Que afasta de nós,
O tudo de que nos despimos.
Vamo-nos desnudando,
E os encontros,
Quando afastamos as coxas
Enchendo-nos de poemas e prosas,
Esmagam-nos de vontade
Tanto, tanto,
Que quase morremos
Para nascermos de novo,
Quando nos inundamos no néctar do nosso desejo!
Desafiemo-nos!
Calemo-nos por momentos.
Passeemo-nos pelo chão dos nossos lábios,
E esqueçamos a frieza,
A matéria de que éramos feitos,
Antes,
Quando ainda éramos murmúrios,
Quais meros fragmentos de sonho,
E nos cruzávamos, apenas…
Por: Cris
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