18º
Loucura Branca
A PREEMINÊNCIA da parede branca, num quarto despido de qualquer MATÉRIA, é um ÍMAN ao refúgio, ao isolamento, à distância de si e dos outros...Senta-se no CHÃO, e olha a parede, a parede branca totalmente brancadiante dos seus olhos, a FRIEZA do seu olhar contrasta com os seus TRAÇOS faciais cândidos e gentis e o ar DÓCIL do seu rosto que a sua pele alba lhe dá. Um quarto seu, só seu que mais ninguém conhecia de tão seu que era...É um quarto despido, mas repleto de FRAGMENTOS que ESMAGAM e surgem que nem uma TORRENTE no INVERNO. E só, naquele quarto branco e vazio, recorda os momentos da PAIXÃO vivida, lembra a BOCA beijada e ouve os MURMÚRIOS outrora trocados ao ouvido. E deita-se, fecha-se sobre si que nem uma concha e num GESTO abrupto e repentino coloca as mãos entre as COXAS e arranha-se brutalmente como se uma forte comichão o atacasse, e as unhas aparadas cravam-se na pele. Pedaços de pele nas unhas, SANGUE a escorrer pelas pernas abaixo, num autêntico acto de LUTA, numa batalha interior, pára e olha o vazio. Solta a primeira gargalhada.... Olha-se e sente pena de si! Ri-se da PROSA que dava a sua história, dos momentos vividos naquele quarto quando o mesmo tinha uma cama, um armário, duas mesas de cabeceira com fotografias dele, dela e deles, candeeeiros, relógio despertador, quando naquela parede agora branca existia uma pintura a óleo dos dois...
Ecoam RISOS.... no silencioso quarto!
Por: Nuno Neves
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