No comboio de volta a casa, cansada, quase adormecida. Ao telemóvel uma mulher dizia: "Prepara–te, porque hoje matar-te-ei." Aquela frase despertou-me, comecei a imaginar mil e uma histórias. Que quereria ela dizer com aquilo ? Que fim teria a pessoa do outro lado do telefone ? seria um homem ou uma mulher ? Seria um matar físico de morte ou um matar de desejo ? Fiquei a imaginar que tipo de relação teriam aquelas duas pessoas, que histórias contariam elas uma à outra, como viveriam. Então decidi empregar a frase "hoje matar-te-ei" e sorri. Seria capaz de matar alguém ? Imaginei-me a dizer a frase em um momento de calor, de desejo de paixão. Imaginei-me a dizer em um momento de raiva, por não conseguir que o computador executasse o que eu lhe mandava fazer. Tornei a encostar-me ao vidro e a imaginar todas as situações em que poderia empregar a frase: "hoje matar-te-ei". Acho que a melhor maneira seria mesmo "matar-te-ei" os desejos, a sede da minha forma , a fome do meu ser. Chego à minha estação. E como sempre, tu, à minha espera. Saio e digo-te baixinho: "hoje matar-te-ei". Sorris e abraças-me...
Resposta ao Desafio por: Psique
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