junho 21, 2007

Ninguém



Estava um dia de chuva, com o sol à espreita, como quem não quer aparecer. A brisa de tão leve que era nem parecia vento, nem se ouvia . Na rua vazia o som da água a poisar no caminho. Entrei no café, procurei uma mesa ao canto, onde pudesse ver tudo à minha volta, sem que reparassem em mim. Cheguei mais cedo do que o combinado, talvez uma meia hora mais cedo. Ela chegou passada uma hora. Entrou calmamente, aproximou-se, pousou as chaves em cima da mesa, e sem me olhar desde que entrara, disse: "Estou cansada de ti". Respondi: "mais tarde ou mais cedo toda a gente se acaba por cansar dos outros" Não me olhou, disse Adeus e saiu, calmamente, tal como entrara. Acabei de tomar o café já frio, gelado, (como o Adeus) e saí, sem pressas. Entrei no carro, liguei o rádio, a ignição, arranquei em direcção a casa pelo caminho mais longo. Pelo caminho que nunca fizera. Pelo caminho que nunca esperaria fazer. Não tinha pressa. Hoje, também não tenho pressa . Quando chegar a casa, sei que não vou ter ninguém à minha espera !

3 comentários:

Mónica disse...

gosto da frase ali de cima q n deixas comentar

como costumo dizer "se era pra xatear tava bem quieta"

Toze disse...

Lamento Mo, a frase não é para ser comentada...

O texto, sim !

Um beijo :)

Mónica disse...

pois pois e a outra frase ali de cima que tb n se pode comentar, digo-te já que é para isso que servem os cadernos: escreve escreve

epá estrago tudo não é??? :P