Portas à vida
Fecharam-se os postigos da casa assolarada fruto de um amor ancestral, branca e azul anil pincelada a cal . A janela do quarto traseiro, nunca mais se abriu, nem se viu mais a luz trémula da candeia que sempre acompanhou as noites da nossa vida. As paredes gritaram em silêncio, não se escuta o som firme das horas a bater no relógio de parede colocado ao canto, o único som é um sopro leve de uma brisa gelada que afaga as cortinas de chita, cosidas por ti e ressequidas pelo sol que nos acompanhou os dias e os passos. Sobre a mesa esvoaçam os poemas e os livros que leste horas a fio. Fecharam-se as portas da vida para a rua.. No 52 já ninguém mora!
Texto enviado por: Ailéh
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