maio 20, 2008

A memória do tempo


Há muito que arrefeceram as letras. Apagou-as o tempo que passou pelo lado de dentro da porta e desapareceu nas frinchas.
Paradoxalmente desfaço os vestígios materiais e as cartas escaparam-se na intenção, numa dessas escolhas de coisas sem importância.
O que não está escrito não existiu – aprendi na História – por isso não interessa relembrar, reviver, retornar aos lugares do passado, se eles não estão senão na memória das coisas.
Mas as coisas colaram-se a mim.

Desafio aceite por Elipse

4 comentários:

Mónica disse...

ao fim de várias leituras percebi a elipse :DDDD

não sei o que é "pior": conversa circular, teorias quadradas ou textos elipticos kekekekekek

agora a sério: a mim as letras pura e simplesmnte foram embora pq nunca me pertenceram, insinuaram-se alguns tempos como quem dá palmadinhas nas costas de consolo, "vá não estejas tão negativa, brinca connosco e finge que somos tuas". já as cartas e as memórias escritas decidi mesmo deitar fora, limpeza, contribuição para o papelão, devolução à natureza, por razões ecológicas enfim heheheheh, o lugar delas é na minha memória e não na história.

e fiquei mais leve, solta, ágil, livre, não permito q se colem a mim, quando muito ficam zipadas no byte mais pequeno do meu rom

é assim elipse, convergimos de direcções opostas, só tu para me fazeres ler e pensar :DDDD

Toze disse...

O melhor que a leitura tem é de nos questionar, por isso muita vez leio os mesmos textos, volto aos mesmos livros, releio e treleio :)))

"o lugar delas é na minha memória e não na história" Gostei :)

Elipse disse...

Também gostei da apreciação, MO.
Mas não sei se me percebeste... se conseguiste, foi bem bom!
É que a escrita, muitas vezes, é um exercício circular.
Bem, neste caso, aquela flor colada à porta velha talvez não seja alheia a uma memória cheia de letras do passado, ou coisas expressas em letras!

Mónica disse...

acho q percebi. é como aquele teu poema (qual? sei lá!) q eu gostei mas fico com a sensação q leio a meu contento, puxo a brasa à minha sardinha, em vez de me pôr no teu lugar, olha deixa lá!


o meu objectivo bloguistico é sorrir não é pensar :DDDDD mas eu rendo-me à elipse, eixo maior, eixo menor, dificil de desenhar :DDDD