novembro 03, 2008

(7ª parte)

Um sentimento não é idêntico quando surge pela segunda vez. Ele tinge-se de outras nuances devido à percepção do seu retorno. Nós entediamo-nos e fartamo-nos dos nossos sentimentos quando eles se repetem demasiadas vezes ou duram demasiado tempo. Seria então forçoso que na alma imortal se instalasse um descomunal tédio e um gritante desespero, perante a certeza de que aquilo nunca teria fim. Os sentimentos devem desenvolver-se, e nós com eles. Eles tornam-se naquilo que são precisamente porque expulsam o que foram antes, e porque fluem em direcção a um futuro em que novamente se irão afastar de si próprios. O que é que aconteceria se esse caudal desaguasse no infinito? (continua)

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