janeiro 13, 2009

O Factor "Cunha"

A “cunha” é aceitável quando beneficia alguém competente e da confiança de quem o/a contrata, ou é sempre uma forma de descriminação?

Não me sinto nada bem em ser chamado para uma entrevista por mão do Sr. “Cunha”. Lamento ter de recorrer à cunha, pois muitos profissionais com mais habilitações, experiência e criatividade acabaram por ficar para trás. Acredito que fui chamado não pelo meu curriculum que sei ser fraco, mas sim pela forte “cunha”. Não quero com isto dizer que já esteja contratado, não, é apenas uma entrevista, mas mesmo assim...

Não adianta ser politicamente correcto, a cunha é muitas vezes um factor determinante para arranjar emprego, todos nós sabemos isso lamentavelmente. Mas a cunha também não invalida que a pessoa tenha competência!

Perante este factor, fico apreensivo em relação às minhas reais capacidades, conhecimento, criatividade e experiência profissional! Pergunto-me agora se a oportunidade me for dada; se serei realmente capaz, se os meus conhecimentos são os melhores, pois ainda não conheço os meus limites (Se é que alguma pessoa conhece o seu limite !?) . Durante a vida vamos caminhando e conhecendo melhor o nosso”eu” e neste último emprego descobri, que decididamente não funciono em absoluto sob pressão, e com silêncio e alguma liberdade sou capaz de belos feitos. (vaidades à parte)

A ver vamos !

1 comentário:

Hipatia disse...

A cunha existe. Ponto. Uma entrevista é só uma porta entreaberta e até que ponto chegavas à soleira de todos fossem mais afilhados do que tu? Resta-te provar que és capaz. Pior do que recorrer à cunha, é saber dos tantos que te poderiam passar à frente à conta dela, sem chegares a ter direito a provar fosse o que fosse. E não te esqueças que, atrás de uma cunha, pode estar outra ainda maior :)

Tirando esta realidade, que é o que temos, na terra dos sonhos é uma tristeza que a cunha ainda exista.

(E olha que eu já descobri por pura sorte que ia ser preterida por alguém com muito menos capacidades, ao ponto de ter pedido que fizessem uma reanálise pública dos resultados de entrevistas e psicotécnicos. Acabei por optar não ficar com aquele lugar em concreto, mas nunca me esqueci do que senti ao saber-me assim enrolada pelo Senhor Cunha).