fevereiro 01, 2009
Um tempo...
Necessito de reinventar-me. Reinventar uma maneira de seguir em frente. Levantar os pés e a cabeça. Não fazer projectos. Não criar nada. Não chegar ao topo de nada. Seguir em frente apenas. Uma nova vida, mas com vida. Um novo descobrir. Acordar todas as manhãs numa outra cidade. Um outro País. Uma mulher diferente todas as noites. Encontrar uma forma diferente de me expressar daquela que as palavras não dizem. Sentar-me todas as tardes numa esplanada esquecida. Uma mulher diferente todas as tardes. Encontrar-me nessas Praças da Europa. Praças do Mundo. Visitar Gaudí no parque Guell. Fotografar jardins. Ruelas e becos. Prostitutas de esquina. Idosos à janela. Um cão rafeiro que passa. Uma criança que brinca. Roupa estendida. Artes de rua. Fotografar. Sempre. Talvez seja a forma mais correcta de me expressar. Fotografia o espelho de mim. Não. Não tenho a certeza. Sem certeza de nada. A maturidade torna-me chato e deprimente. Esqueço os nomes. As chaves. Nem sempre só os nomes. Nem sempre só as chaves. Outras coisas. Necessito de reinventar-me. Reinventar uma maneira de seguir em frente. Deitar-me todas as noites num lugar desconhecido. Uma mulher diferente todas as manhãs. Um beijo madrugador. Finalmente encontrar-te no fim de todas as paragens. Esperar por ti. Reinventar-te. Ter-te. Mas não é possível. Não acredito que seja possível. Não basta acreditar. Não. O meu tempo não é este. Não. Não.
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