janeiro 17, 2007

18º

Perdi-me, doidamente, naquele corpo de angulosas formas. Na sua boca meu norte, no seu peito meu centro, no seu sexo meu equilíbrio. A audácia com que em mim se roçava , despertando desejos infinitos, espicaçando os meus sentidos, beijando minha pele. Se pudesse ter pintado numa tela os retalhos de uma vida que corria rápida como água através de degraus de pedra, teria gravado da sua voz o eco , da sua boca o sabor, das sua mãos os gestos, do seu corpo os cambiantes, dos seus gostos o café. Frente ao espelho, desvairada, olho-me a ver se encontro na face o negrume que me vai na alma. A morte arrebatou-mo. Já nada mais quero.
Por: Marta

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