- Ainda por cima é um daqueles motards idiotas! Coitado, aposto que também não vai durar muito. – continuava ele a pensar. Tão concentrado estava nos seus pensamentos que nem reparou que a esposa se tinha aproximado e estava também a espreitar à janela. Quando lhe perguntou que estava ele a ver deu um salto, aflito. O rubor atingiu-lhe as faces com a rapidez de uma bofetada. Ela abraçou-o ingenuamente, deu-lhe o habitual beijinho e levou-o para a cozinha onde tinha um lanche à sua espera.
Ele tinha casado cinco anos antes, após três de namoro. As coisas já não era como dantes, pelo menos para ele. E quando mudaram de casa, há cerca de ano e meio, nunca esperara conhecer tão intimamente a vizinha do andar de baixo. Logo após a primeira semana de estadia no novo lar, já andavam enrolados em várias posições e nas várias divisões do apartamento dela.
Passados dois ou três meses, a vizinha diz-lhe que ele deve ter juízo, é casado, e que ela não quer ser uma destruidora de lares. Saiu e bateu com a porta. Pensou que ela se ia arrepender, que iria andar atrás dele a pedir-lhe que voltasse aos seus lençóis. Mas não, a rameira de merda - outra das coisas que agora lhe chamava mentalmente - substituiu-o logo na semana seguinte.
Desde então, o que ele mais gostava de fazer era ler o jornal à janela, ao fim-de-semana. Sobretudo quando sabia que a vizinha também estava à janela dela, mesmo por baixo. Homens! Essa ideia de a ter debaixo dele era como possuí-la. Ficava era danado quando ouvia vozes e se apercebia de que a vizinha estava, afinal, acompanhada...
Desafio aceite por Fábula
2 comentários:
o que vale é que por cima de mim n mora ninguem :DDDDDDDD
MO, é uma sorte, é o q é... ;)
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