She tastes like the real thing
My fake plastic love.
Gela-se a alma enquanto lá fora chove ainda e faz frio, nesta Primavera que não desgruda o Inverno que não se vai e nas montras das lojas, mulheres perfeitas e plásticas, anunciam as roupas da estação nova que ninguém pode vestir.
Gelam-se os abraços frios de mulheres perfeitas, plásticas, de braços sempre abertos e disponíveis para o figurino que a moda quer vestir e em números deprimentes onde só mulheres perfeitas, plásticas, teimam em caber, com sorrisos estáticos e mãos sempre abertas, mas que nessas mulheres perfeitas, plásticas, são apenas mãos sem rasto, sem traço de vida.
Gela-se o interesse das vidas que passam pela montra e olham só o preço das roupas penduradas em mulheres perfeitas, plásticas, ou então já nem chegam sequer a olhar para os braços apenas abertos cheios de coisa nenhuma de manequim de montra sem vida, plástico, perfeito, carregando as roupas novas, deprimentemente decotadas e curtas, da estação que não chega para quem passa vivendo, longe das montras carregadas de perfeição a ganhar pó.
Gela-se…
Desafio aceite por Hipatia
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