maio 28, 2008

Em beleza continuando...

Era tão bonita, tão fresca, cheia de jardins, tanto interiores como suspensos, a quem todos admiravam. Tinha toda a natureza a rodeá-la, aproveitando-a até ao mais pequeno pormenor, sorvendo-a em golfadas, vivendo-a plenamente.
Mas a idade nunca perdoa e a vida também não.
Foi deixando, crescer de vez enquanto, algumas ervas daninhas, embora inicialmente as arrancasse, sempre iam deixando raízes que se pegavam com as novas que lhe iam semeando pelo caminho, às vezes até eram pássaros dos mais bonitos que se vinham a transformar em vampiros dos mais negros. Mas continuava, nada deixando transparecer, apesar da Natureza ir dando lugar ao cimento pesado que lhe ia cobrindo a luz do Sol, mostrando-lhe as nuvens pesadas, em que a vida é fértil. Mas as cores foram sempre o seu forte e a beleza ainda ali dominava e se havia poucas horas de sol ou de lua, eram aproveitadas como só elas existissem. Mas os anos continuavam e a vida também, arruinando alguma coisa, quase sempre só a fachada, porque até as ervas daninhas tinha conseguido transformar em beleza.
Mas quem olha de fora só vê ruínas, sem quererem saber do que se passa no interior. Ali estão as duas, a dona e a casa, de pé, agarradas a uma vida que as tenta destruir sem o conseguir. Ali estão as duas dominando a paisagem, em beleza continuando. Até um dia

Desafio aceite por Minucha

6 comentários:

Mónica disse...

olha outra q gosta de casas em ruínas :P

Anónimo disse...

Porque não reconstruir, Mónica?
Porque não fazer das ruínas, uma casa cheia de todos os confortos e de todas as modernidades?

Estás de acordo que esta casa possa ser deitada abaixo, e os seus jardins em socalcos, serem aproveitados para fazer mais prédios como os que a circundam?

beijinho

Fatyly disse...

O Tozé com estes desafios (já não é o primeiro e não será o último) tem provocado uma adesão excelente e tu Minucha escreves com alma:)

Anónimo disse...

Sabes que é talvez o maior elogio que me podias fazer, Fatyly?

Pouça! até me comoveste.

Mónica disse...

pois reconstruir e devolver-lhe a beleza, que mesmo em ruínas mantém e torna apelativa

Toze disse...

Um dia quando for rico, vou comprar umas ruínas e quem me vai ajudar a reconstruir vai ser a Mó.

Mas isto só quando for rico... dentro de três ou quatro vidas !