Fácil ficar escondida tipo gato de rabo de fora, ou o tigre que ruge mesmo de barriga cheia. Fácil ter e defender uma opinião. Fácil ser tinhosa muitas vezes e bombástica em alguns dias. Fácil também, se estiver para ai virada e tiver os fósforos à mão, deitar fogo e ficar a ver o circo a arder. Fácil – cada vez mais – não deixar que as tendências pirómanas tomem o melhor de mim. Fácil verter o fel que, por vezes, me envenena o dia, passando a vilã pelos minutos que levam a compor um post. E fácil, naqueles dias que me correm bem, vir para aqui distribuir abraços e beijinhos e contar histórias do coração. Fácil vir. Fácil permanecer. Fácil saber que há sempre a hipótese de regresso, mesmo quando penso que o espectáculo já acabou. Fácil ficar no meu canto. Fácil manter algum recato. Fácil ainda rir. Fácil saber que sei ir à guerra, mas recuso pegar em armas só porque sim. Fácil manter leituras, como foi fácil deixar de ler tantos e lamentar por outros que já não posso ler. Fácil vir só ao fim da tarde. Fácil nem lembrar durante o dia. Fácil saber-vos por cá comigo.
Para além de mim (mas comigo sempre), a máscara que me apetece vestir, a personagem. Apenas um nick com uma pessoa por trás, igual a outra pessoa qualquer, cheia de defeitos e algumas virtudes, criatura e criador em comunhão.
E este blogue, como a vida, é uma arena de circo onde me cabe também aquecer sob a luz forte, suar um bocadinho, abrir um sorriso e deixar o espectáculo continuar.
Voz Toze
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