março 30, 2007

Com esta chuva, só apetece cantar..


Bom fim de semana

Paneleiragem no Futebol

Simão e Quaresma abraçam-se no avião

Tomai a Verdade

"Ah... Os olhares incomodados, escandalizados, quando se diz a verdade feia e comum mas que todos calam..."

Sigo o traço
abstrato
imaginado
na calçada da mente...

Traço recto
ligeiramente ondulado
contínuo
ténue
quase mancha

Sigo a mancha, abstrata, imaginada, na calçada da mente...

Convite

Sábado, 31 do corrente pelas 21h30, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta, para participarem na apresentação do 1º volume da ANTOLOGIA de poesia, DezSete iniciativa da Edium Editores

Até lá

março 29, 2007

Interrogações

Será a fronteira entre o que vemos, fazemos e dizemos, e o que imaginamos o que fazemos, vemos e dizemos, tão ténue que em certas circunstâncias o espírito se deixa iludir, enganar ?
Leituras

“O cabrãozito do puto continua a fugir-me, a rebelar-se (tal pai tal filho). Com desvairadas manhas e mentiras. Veremos as que hoje me traz, pois agora não o largo debaixo de olho. Mandei-lhe de manhã ir levantar o depósito duma garrafa (2$00, se tanto) ali ao supermercado e levar-me depois a massa à paragem dos autocarros. Fazer as nossas camas, depois. Nada. Logo, se não arranja desculpa, álibi que preste, ponho-o a jejum – o que até convém porque o dinheiro nicles.”

In: “Diário Remendado” (1971-1975) Luiz Pacheco
Pensamentos
"Merda para o Sol...nunca mais chove !"

março 28, 2007

Fnac...

Hoje ao ler um post da Psique ,
veio-me à memória, uma situação também passada no mesmo sítio...

Certa vez meti-me com uma bela moça, daquelas mesmo belas. Estava sentada no café da Fnac, lendo. Embora não seja meu hábito meter-me com quem quer que seja, mas por vezes não se pode deixar fugir a ocasião, o momento era oportuno, eu estava mesmo colado à mesa dela, ambos sós, apenas lendo, e olhando de soslaio de quando em vez. Eu não tinha nada a perder, mesmo sabendo de ante-mão que a coisa ia dar para o torto, porque a sorte nunca está do meu lado nem nunca esteve, muito menos quando se trata “delas”, mas valia a pena arriscar, vale sempre a pena arriscar. Embora tenha sido delicado no trato pois sou um cavalheiro, o resultado foi este:

“Desculpe menina, esse livro tem uma bela passagem a páginas tantas, se achar bem posso ler-lhe!”

Sorriu, e disse baixinho “olhe, vá à merda” continuou a leitura, eu levantei-me e fui...

A verdade é que eu não reparei que livro ela estava a ler, isso também não era o mais importante, caso ela aceitasse o convite para me ouvir ler a “tal passagem”, eu encontraria numa página, qualquer coisa de “belo”!

Desde então tenho tido mais cuidado nas aproximações, porque tenho receio que elas abram demasiado a boca, e isso é desconfortante para mim (desconfortante só nesta situação), por isso estou sempre com um pé atrás, sempre preparado para pôr-me ao fresco. Tenho tido mais sorte nas aproximações com termos bem badalhocos, elas gostam assim. É lamentável que elas já não apreciem o cavalheirismo. É a mudança dos tempos. O meu Avô tinha razão!

março 27, 2007

Dia Mundial do Teatro

Gosto de sair da monotonia da vida, e de entrar neste Mundo fantástico!

Não percebeis nada do que escrevo...

ou estais todos malucos !?

março 26, 2007

Não gosto de dias claros...

(Foda-se, nunca mais muda a hora !!!)
Parabéns Robina

Que mantenhas sempre limpinho o teu bosque...tal como eu gosto!
(a prenda já vai a caminho...)
Leituras

“Um número reduzido de indivíduos vê os objectos com outros olhos, chama-lhes outros nomes, pensa de maneira diferente, encara a vida de modo diverso. Como estão em minoria, são doidos... “

In: “Loucura” Mário Sá Carneiro
Dilema Moral

"Soldados inimigos invadiram a sua aldeia. Você e outros refugiam-se num sótão. O seu bebé começa a chorar. Você tapa-lhe a boca. Para salvar a sua própria vida e a dos outros você precisa de matar o seu filho por asfixia. Você asfixiaria o seu bebé para salvar a sua própria vida e a dos outros?"

Se responderam SIM, então é porque têm lesões cerebrais sérias, ou por outras palavras sois maluquinhos! Não, não sou eu que digo isto, mas sim o António Damásio...Aqui

março 23, 2007

Reflexão para o fim de semana

Coisas da Vida...

Abandonei a fotografia, como fui abandonando muitas outras coisas de que gostava. Dei a minha visão a cada foto tirada, diga-se, que me deu grande gozo e nada mais do que isso! Foi engraçado ouvir e ler as palavras de quem as olhou, mas nunca ninguém as viu como eu. Tal como ninguém nos vê da mesma forma que nos olhamos ao espelho! Agora vou fotografando de uma outra forma...e quando as quiser ver, fecho os olhos, e mentalmente vou visualizando-as, uma a uma. Sempre custa menos olhá-las desta forma, é que com o tempo vão-se desvanecendo, apagando-se...como tudo o que é palpável !

By: Toze
Crise literária
Americans are NOT stupid

março 22, 2007

Dia Mundial da Água

Obras no Ministério

A Barra da esquerda está sem links, deixa aqui o teu blogue, ok ?
O Que diz Molero (um excerto-extra-large)

Tinha prometido ontem aqui deixar o excerto da Obra maior do Dinis! Então aí vai.
(Excerto gamado literalmente à minha amiga Ivete)

Divirtam-se

“contavam-se histórias do Ângelo”, disse Austin, acendendo um cigarro, ”que ele era, segundo a expressão que Molero diz ter recolhido em fonte idónea, danado para a porrada. Que uma vez, isto contava o Zeferino Torrão de Alicante, e o Chinês que vendia gravatas confirmava com a cabeça, o Ângelo ia a passar no Largo do Navegante, três ciganos daqueles que vendiam fazenda para fato meteram-se com ele, bem, dizia o Zeferino, não queiram saber, um dos ciganos sacou de uma navalha de ponta e mola, o Ângelo enfiou-lhe a navalha no buraquinho que as pessoas têm ao fundo das costas, e isto com uma rapidez que já está, ao segundo cigano torceu-lhe o braço até dar estalido, e o Padeirinha que o vê às vezes, diz que ele ficou sempre com o braço ao contrário, dava um bom policia sinaleiro, ao terceiro cigano deu-lhe uma tal cabeçada na testa que ele ficou toda a vida com os olhos tortos, há-de estar a olhar para a ponta do nariz até ir para a cova. Mister DeLuxe sorria. “sempre houve o culto da desordem um pouco por toda a parte”, disse ele, “isso já vem do fim dos tempos”. “o Zeferino”, continuou Austin, “dizia que tudo se tinha passado com uma rapidez que já está, nem tenho bem a certeza de como tudo aconteceu, dizia ele aos mirones que pediam pormenores, ora deixem cá ver, deixem cá puxar pelo bestunto, é pena não se poder passar tudo outra vez ao ralenti, bem, um dos ciganos foi pelo ar, e o outro foi logo a seguir antes do primeiro ter caído, quase chocaram os dois a cinco metros de altura, tenho a impressão que eles foram outra vez atirados ao ar antes de chegarem ao chão, não tenho bem a certeza, lembro-me bem é da cabeçada em salto de prancha, uma coisa linda, eu estava a olhar e tudo acabou de repente com uma rapidez que já está, fiquei só com uma ideia, não houve tempo para mais. O Zeferino garantia e tornava a garantir que nunca tinha visto nada parecido, e os mirones ouviam e pediam mais pormenores, ele ainda se lembrava do cigano que corria pelo largo fora com a navalha enfiada no buraquinho das descargas, e depois o Paulino dos Queijos, que tinha chegado à porta da loja naquela altura, a perguntar mas qual é a ideia daquele gajo a correr daquela maneira?, o Zeferino dizia que aquilo devia ser passado ao ralenti, não é verdade ó Chinês?, e o Chinês dizia que sim com a cabeça”. “chegou uma esquadra”, disse Austin, “e aqueles a quem chamavam os camones invadiram a cidade, tingindo-a com a brancura das suas fardas. Meia dúzia deles enfiou pela rua acima, passou pelos Vai ou Racha, estes cuspiram para o chão em sinal de desprezo, o Zuca foi atrás deles de braço estendido, esfregando o dedo polegar no indicador, eh, camone, money, money, um camone atirou um monte de moedas ao ar e a miudagem lutou bravamente para apanhar o dinheiro”. “essas excursões a bairros desconhecidos desvendam mundos novos”, interrompeu Mister DeLuxe. “fiz duas ou três desse género e tirei excelentes fotografias”.Austin sorriu. “bem”, disse ele, “os camones continuaram a subir a rua, pararam junto ao Ângelo, que estava sentado no seu banco de madeira a experimentar a harmónica, um deles aproximou-se e disse girls, e fez com o braço o movimento respectivo, we want girls, o Ângelo disse girl é a tua mãezinha, estás a perceber ou precisas de explicador?, sim, a tua mãezinha, o camone riu-se para os outros, um deles avançou e fez uma espécie de passe à Fred Astaire, conta quem sabe, e de repente o Ângelo já tinha guardado os óculos e a harmónica no bolso, começou a despachar os camones, enfiou um pela loja de móveis do Ventura, outro foi cair numa das cadeiras da Barbearia Hollywood, exactamente em cima do Pimentel, que estava a ser escanhoado pelo Joaquim Navalhinhas, um terceiro mergulhou no tanque de roupa da Miquelina Fortes, outro ainda foi também remetido para a loja do Ventura, encontrou o primeiro no caminho, vinha de regresso, e estatelaram-se os dois numa cama de casal, o Ângelo com os pés, com as mãos, com a cabeça, vai disto, os camones enfiavam por tudo quanto era porta, positivamente distribuídos ao domicílio, o Zuca diria mais tarde que Ricardito entre Chamas e Bandidos, a sua fita número um, ao pé daquilo não era nada. A certa altura, com os camones, estoicos a irem e a virem, os Vai ou Racha começaram a subir a rua, meteram-se no vespeiro, foi o Pé de Cabra que disse chegou a hora, o Padeirinha ouviu a frase histórica e havia de transmiti-la mais tarde, nunca se chegou a saber a que hora se referia ele, também não se chegou a saber se tencionavam ajudar o Ângelo que de resto, segundo Molero, conta quem sabe, se havia alguma coisa de que ele precisasse não era com certeza de ajuda, ou ajudar os camones, ou apartá-los, simplesmente o Ângelo começou também a despachar os Vai ou Racha, o Gil Penteadinho deu duas voltas no ar e foi aterrar na carroça das couves do Hipólito, o Tonecas Arenas ficou sentado no primeiro andar do andaime de um prédio que estava a ser pintado, entornando uma lata de tinta cor de rosa sobre o príncipe-de-gales novo do Joca Farpelas , isto depois de passar pela banca de peixe do Zeca Trampa, espadanando carapaus e lulas por todos os lados, o sombrero, esse, voou e entrou pela janela do segundo andar da Dona Ermelinda, o Bexigas Doidas, que quase tinha sido atado pelo Ângelo a um camone, conta quem sabe que fez nó com o braço direito de um e a perna esquerda do outro, entrou com ele sem pedir licença pelo Ás de Espadas, Lda., levaram ambos consigo o Rufino, o Aranhiço, o Roque Sacristão e o Vovô Resmungas, que estavam a jogar à sueca, saíram todos um pouco à balda pela porta do fundo, acrescentados do Douglas Fazbancos e do Chico Dominó, que estavam ali a discutir o Sporting-Benfica do domingo anterior, o Pé de Cabra foi de cabeça contra a parede e até fez eco, abriram-me a cabeça, dizia ele, abriram-me a cabeça, o que, segundo Molero, devia ser por demais evidente, o Peito Rente foi chutado com efeito para a tipografia do Celestino , deu duas voltas lá dentro fazendo parar máquinas que estavam a trabalhar e pondo a funcionar máquinas que estavam paradas, alguém tinha espetado uma faca na barriga do Lucas Pireza, talvez um camone, de certeza que foi um camone, diria mais tarde o Zuca, os camones são uns naifistas do caneco, garantia ele, o Lucas Pireza segurava os intestinos com as mãos, falava baixinho para eles, parecia rezar, os camones iam e vinham, espartanos, segundo Molero, até à medula, a certa altura, numa ressaca, levaram com eles, pelo ar, o Metro e Meio, o Ângelo tinha-os juntado a todos num molhinho, enfeitou-os com o metro e meio, e vai disto, tudo pelo ar, rumo ao Marocas Papa – Milhas, que tinha uma motocicleta cheia de cromados, e a mania das curvas rápidas, já tinha atropelado três gatos e duas pessoas, ia a fazer uma bela curva naquele momento, foi contemplado com a colecção de camones coroada com o Metro e Meio, despistou-se, disse foda-se, foda-se, subiu o passeio, virou de pantanas o mostruário do Raúl Pechisbeque, choveram colares de vidro, pulseiras, broches e anéis, o Marocas continuou em prova descontrolado e tudo, devolveu para dentro de casa o berço que a Gertrudes tinha colocado à porta com o bébé, atravessou a rua aos ziguezagues, embateu na caixa da criação da Mafalda Capoeira e terminou a prova contra o balcão da carvoaria do Galego, lançando o pânico nos elementos do Grupo Excursionista Moscatel, que estavam a beber o meio litro da praxe, enquanto as pessoas assomavam alvoroçadamente às janelas, as mulheres gritavam, o bebé da Gertrudes, que era o melhor pulmão lá do bairro, berrava como nunca, o papagaio do Pimentel, que tinha caído do poleiro e dançava suspenso na correia de metal, esganiçava a sua expressão preferida, ó da guarda, ó da guarda, muitíssimo apropriada, segundo Molero, às circunstâncias, o Fox Terrier do Silva Farmacêutico filava um camone pelo fundilho das calças e fazia questão de não o largar, as galinhas da Mafalda Capoeira corriam espavoridas num cacarejar infernal e num dilúvio de penas, o burro do Hipólito zurrava, os gatos da dona Maria Bicharoco miavam e pulavam, o Alsácia do Tó Peneiras ladrava com aquela fúria só dele, camones entravam por aqui, ex- Malhoas saíam por acolá, às vezes dava certo, parecia que o Ângelo tinha controle sobre a confusão, à distância, o Zuca diria mais tarde que, tirando algumas partes cómicas que pareciam à Charlot, aquilo tinha sido uma coisa iglantónica, o Ângelo era igualzinho a um tal Lone Ranger, só lhe faltava a mascarilha”. Houve uma pausa. ”o rapaz assistiu a tudo isto dentro da mercearia do João Azeiteiro, atrás de um saco de feijão, atónito perante aquilo que Molero denomina o maior fogo de artifício de que há memória em matéria de pancadaria, a balbúrdia plena, o filme de trinta e uma partes em carne viva, o real que se sobrepõe ao mítico, sonhar é pouco, é entra rapaziada, é entrar, eis a maior zaragata de todos os tempos, resolvida numa só sessão e sem ser preciso comprar bilhete, sem cenários de cartão, sem trucagens, sem intervalo segue imediatamente, cabeças, pernas e braços indiscutivelmente partidos, a cara do Pé de Cabra tapada pelo sangue que lhe escorria da cabeça, o Lucas Pireza transportado para o hospital na carripana do Bigodes Piaçaba, os intestinos enfiados outra vez na barriga um pouco à pressa, os camones espalhados pela rua, as mulheres a trazerem bacias de água e toalhas para limpar os feridos, as acusações mútuas, ó camone porque é que não vais jogar à porrada para as tuas streets ? ...não foram os camones, foi o Ângelo, o Ângelo é que começou logo a enfardar, isto foi coisa dos Vai ou Racha, os Vai ou Racha e os camones juntos são a lepra e a diarreia, as lágrimas e os gemidos, Vovô Resmungas de bengala no ar a despontar à esquina ao colo do Roque Sacristão,a Mafalda capoeira a correr atrás das galinhas, o Zeca Trampa a procurar lulas e carapaus nas couves do Hipólito, o Metro e Meio a vomitar coisas de cores esquisitas, esverdeadas e lilases, o Celestino a dizer ao Peito Rente mas tu não podias foder o material a outro?, o Tonecas Arenas a pedir para o ajudarem a sair do andaime, o Joca Farpelas de casaco na mão a chamar de filho da puta para cima a toda a gente, o Gil Penteadinho à procura do dente de oiro, se virem um dente de oiro é meu, o Pimentel à porta da barbearia com meia barba por fazer e o guardanapo ao pescoço, a Gertrudes com o bebé ao colo, alternando, num tom de voz claramente diferenciado, o ó papão vai-te embora, deixa dormir o menino, com o cambada de malandros, cambada de malandros, o Raul Pechisbeque a recolher, de nariz no chão e no boné de um dos camones, pedrinhas coloridas, colares, broches e anéis, o Silva Farmacêutico a tentar tirar da boca do fox-terrier os fundilhos das calças do camone, os Moscatéis a perguntarem ao Marocas se a carvoaria era uma pista de corridas, o Marocas a coxear e a dizer foda-se, foda-se, não mexam na mota, não mexam na mota, o Tó Peneiras rua abaixo em grande velocidade agarrado à trela do Alsácia que perseguia um dos gatos da Dona Maria Bicharoco, o Ventura dos móveis a explicar a um camone que a bed estava partida, o camone a contar com os dedos os galos que tinha na cabeça, o Zeferino Torrão de Alicante a dizer que desta vez ainda tinha sido melhor do que com os ciganos, o Chinês a dizer que sim com a cabeça, o carro da policia achegar, o Joaquim Navalhinhas a perguntar mas o que é que a policia vem fazer agora?, vem contar os mortos?, o Ângelo a por os óculos e a desaparecer, o Zuca havia de dizer mais tarde, que ele desaparecera no ar como o Mandrake, a Dona Ermelinda a devolver o sombrero do Tonecas Arenas pela janela por onde tinha entrado, o sombrero a descrever uam curva larga, planando e caindo suavemente aos pés do Dick tracy, que era o policia à paisana lá da área, e o Dick Tracy, segundo Molero, conta quem sabe, de sombrero na mão, a perguntar a toda a gente e a ninguém: o que é que se passou?, o que é que se passou?, o que é que se passou?..."

In: "O que diz Molero" de Dinis Machado

março 21, 2007

Dia Mundial do Sono

Eu vi logo...por isso é que esta merda está vazia !!!
Parabéns Dinis (Molero)

Uma edição comemorativa dos 30 anos da obra de Dinis Machado O Que Diz Molero será lançada hoje às 18,30 horas no Teatro Tivoli, em Lisboa, na presença do autor, que completa 77 anos. (Gostava de lá estar , mas infelizmente não dá...aliás nunca dá !)

Amanhã colocarei aqui um excerto da Obra, não hoje, porque estou com sono...
Dia Mundial da Árvore

Dia Mundial da Poesia

Partilhemos os Poetas:
Que poetas tens encontrado, que te tenha surpreendido ?
Chegou a Primavera

março 20, 2007

Frase do dia

“Por favor não se encostem às portas.”

Contextualizando a frase – 8 horas da manhã. Chega o Metro já atrasado, com apenas 4 carruagens em vez das 8 habituais. Tudo a entrar aos encontrões, fecham-se as portas e lá segue viagem. Nas paragens seguintes ninguém sai, e continua a entrar gente, a lata quase a arrebentar. A meio da viagem, o “agente de condução” ( é assim denominado) liga o alto-falante e dispara bem alto “Por favor não se encostem às portas, obrigado” Comentário de um cliente mais apertado: “ E bou-me encostar aonde caralho !!!” risada geral que durou uns largos minutos, e assim foi. Imaginam o quadro?
(felizmente desta vez ninguém se peidou!)
Desafio

A Robina desafiou-me , e como não me posso atrever a dizer não (porque bem sei o que me acontece caso não aceite) aqui vão as 7 "coisas".

7 Coisas que faço bem:

1. Cozinhar (infelizmente)
2. Ouvir
3. Teatro
4. Declamar (só pra mim)
5. Fotografar
6. Olhar
7. Querias saber tudo, não ?

7 Coisas que não faço ou não sei fazer

1. Escrever
2. Conversar
3. Cantar
4. Matar (seja o que for para por na panela)
5. Dizer Não
6. Lutar
7. Massa folhada

7 Coisas que me atraem no sexo oposto

1. Mamas
2. Nádega esquerda
3. Nádega direita
4. Lábios
5. Olhos
6. Sexo à fartazana
7. (no geral sexo) Não me lembro de mais nada !!!

7 Coisas que digo frequentemente

1. Morte
2. Merda
3. Chuva (muita)
4. Vadalhoca
5. Gulosa
6. Puta de vidinha
7. Tremoços

7 Actores/Actrizes que admiro

1. Edward Norton
2. Al Pacino
3. Tim Roth
4. Meryl Strip
5. kathy Bates
6. Judy Dench
7. Nicole Kidman

Os 7 "coisos" e "coisas" que desafio para esta coisa:

1. Dr. Peciscas
2. Monica

Os outros cinco que tinha em mente foram todos de férias !!!

março 19, 2007

Hoje queria ter 13 Anos !

Não foste um mau Pai nem um bom Pai, não és o melhor nem o pior Pai do Mundo. És apenas o meu Pai. E isso para mim basta. A última vez que me deste os parabéns , tinha eu 13 anos, desde então passei sempre os aniversários sozinho...

Dizem que hoje é o teu dia, Parabéns Pai...
!!!

Estou triste, ainda não recebi uma única mensagem dos meus filhos, pouco importa que tenha filhos ou não, o importante sim, é receber uma mensagem deles...ora porra !!!

( Isto deve ser de família! Porque já os meus Tios se queixavam do mesmo, e a minha Avó também !)
Divagações mentais

Sou aquele que vós olhais na rua dizendo: “Ali, deve ir alguém”

março 17, 2007

Travesseiros Vs Travesseiros

(Na caixa de comentários fala-se de travesseiros doces da Piriquita , e travesseiros não menos doces, por isso aqui fica este post para as minhas amigas gulosas)

Bom Apetite...

E agora falando de outros Travesseiros não menos doces:

Um travesseiro é uma espécie de almofada feita usualmente de penas, algodão, espuma, visco-elástico etc etc, que se utiliza à cabeceira da cama servindo para descansar a cabeça quando se dorme, ou quando nos deixamos levar em pensamentos bucólicos. Mas nas mulheres acaba também por ter outras utilidades, na elevação de certas partes do corpo... ( neste aspecto...abençoado seja o criador dos travesseiros)

Mas nem todas as mulheres precisam de travesseiros!

E tu, o que tens a dizer a respeito dos Travesseiros ?

Bom Fim de semana...divirtam-se.

março 15, 2007

Dia do Consumidor

Mulheres são as que mais gastam

Que Novidade !!!
Em comparação com a média da UE

Mulheres portuguesas estudam menos

Gastam mais, estudam menos...o que se segue ?!
Estou muito preocupado...

De onde és ?

março 14, 2007

27º
O Inverno acabou

A luta contra o tempo ( o mau tempo) vai esmorecendo. Cada vez mais me sinto leve e livre dos dias tristes e cinzentos, dias sem luz, chuvosos, que esmagam o nosso ânimo e entorpecem as nossas forças. Libertam-se os primeiros sorrisos e despontam risos, ainda vagos murmúrios, que se vão soltando. São fragmentos da minha carne e da minha alma, da minha matéria, da minha energia, do meu Eu.
Longe da frieza dos dias deprimentes aspirarei à paixão… do dia, do Sol, do mar, dos convívios…
Sinto, cada vez mais, a preeminência de sentir, de sentir algo forte, de me sentir impelida, atraída, como um íman. Estou carente de um gesto dócil que me arrepie a pele e a espinha e me aqueça o sangue. Imagino já uma torrente imensa de sensações. Imagino beijos na boca envolventes e quentes. Imagino dedos que vagueiam e desenham leves traços nas minhas costas, nos meus seios e nas minhas coxas. Imagino longas horas animadas e ternas, de ideias discutidas e partilhadas. Imagino-nos cúmplices na prosa e no prazer.
26º
Na preeminência do gesto
procuro em murmúrios a tua boca,
as tuas coxas,
e os traços da tua matéria dócil
A nossa paixão
não é mais que fragmentos de um Inverno
e de uma prosa escrita
na torrente de risos soltos
onde corpos esmagam a frieza do sangue
e são o íman
que os une
num
momento de suave luta

março 13, 2007

Pensamento do Dia
"A arte da conversação não é minha, mas sim a ciência do silêncio"
Já és membro ?

março 12, 2007

Porque hoje é 2ª feira

Neste momento estou aqui
Porque hoje é 2ª feira
Há uma vontade que o Benfica ganhe
Porque hoje é 2ª feira
Há sempre uma amiga que oferece sexo
Porque hoje é 2ª feira
Há gente que se caga pró trabalho
Porque hoje é 2ª feira
Há rostos sisudos no Metro
Porque hoje é 2ª feira
Há votos de bom início de semana
Porque hoje é 2ª feira
Há um grande acréscimo de azeiteiros aos domingos, mas não hoje...
Porque hoje é 2ª feira

Há a perpectiva de 3ª feira
Porque hoje é 2ª feira...

março 10, 2007

Ela disse-me muita vez:

"No dia em que tu me enganares, também eu te enganarei."
(A verdade é que nunca pensei que ela cumprisse o prometido !!!)

Definitivamente...não entendo as mulheres!
Luz ...


Por mais que eu queira ou não queira
Salta-me a Luz para a companhia
Por mais que eu faça ou não faça
Quem manda é ela, por mais que eu diga
Por mais que eu sofra ou não sofra
Ela é quem diz por onde vou
Por mais que eu peça ou não peça
Não tenho mão na Luz que sou.
Mesmo que eu diga que não quero
Ser escravo dela e desta vida
Mesmo que fuja em desespero
Ela aparece em qualquer lado
Mesmo que vista algum disfarce
Ela descobre-me a seguir
Mesmo que eu chore ou não chore
A Luz que eu sou desata a rir.
Por mais que eu quisesse ter
Só um minuto de descanso
Por muito que eu lhe prometesse
Voltar a ela e ao seu brilho
Por muito que eu fizesse juras
A esta Luz que não me deixa
Pergunto sempre tresloucado:
Eu já te dei razão de queixa?
Por muito que eu apague a Luz
Ela renasce ainda maior
Por muito que eu me afaste dela
Fica mais perto e até melhor

Por mais que eu queira entender
A Luz que tenho é tão teimosa...

(Modificado a partir do original "Fado Tordo")

Bom fim de semana

março 09, 2007

Pensamento do Dia


março 08, 2007

Bendita tu, ó Mulher

Hoje dedico-te o meu dia, Mulher...mas só até logo à noite!


Um Beijo

(Porque este dia é mais importante para o meu Benfica...)

março 07, 2007

Parabéns RTP

Hoje estou particularmente nostálgico, e ao lembrar certos programas , ainda mais fulo fico. A idade avança e a velhice aguarda calmamente, lá num qualquer banco de jardim, isto claro , para quem chegar a velho, o que não é o meu caso...era o que faltava. Mas o pior é não poder ir lá atrás e fazer tudo de novo, que era o que eu fazia, mas nada de nada daquilo que fiz até hoje...claro.

E como programa favorito vou eleger o " Animação" do Vasco Granja
E tu ?
Atenção ex-fumadores

Quem parou de fumar mantém risco de cancro

Portanto...podem voltar ao tabaquinho, que dessa já não se safam !
E os que estavam com ideia de largar o vício, esqueçam !

março 06, 2007

Como vais hoje ?

Eu... Vou
Que belo dia este

Vocês já sabeis o quanto eu gosto destes tempestuosos dias com ventos fortes, chuva grossa, e ver a água galgar a calçada! E os carros que passam sem abrandar, junto ao passeio, onde as pessoas , presas a pensamentos bucólicos seguem...e de repente... zás ! ficam encharcadinhos, como se tivessem levado com uma onda em cheio, é agradável assistir a isto tudo do lado de dentro, sentado à janela, com uma música de fundo. (tal como na vida, é preciso uma banda sonora) para não falar nos comentários em voz alta, direccionadas ao condutor, género (havia de te faltar os travões...ó Boi!) e os gestos e as expressões, só visto meus amigos, é algo admirável! Nada mais belo do que estar do lado de dentro a apreciar tudo isto, é magnífico, aquece a alma . Do outro lado uma senhora com os sacos das compras numa mão, o guarda chuva na outra mas já todo partido pelo vento, e o penteado já todo encharcado e desfeito, enquanto a coitada roga baixinho (foda-seeee...maldita a hora em que saí de casa, ó meu-deus...cúm caralho !) , sim porque todas elas falam assim, mais as púdicas do que as normais, mas isto é um aparte sem interesse. Os míudos a fugir das mãos dos pais, porque é normalíssimo quererem apanhar uma banhada, ou enfiar os pés numa poça de água. Tudo isto faz parte do crescimento, mas os pais não querem entender.

Vou continuar aqui sentado, a apreciar esta tela real.
Depois conto-vos mais...
25º
Era uma vez uma prosa de cu p’ra cima, que se entrelaçava com o íman de cu p'ra baixo e ficavam os dois no chão, de cu p’ra cima; Aquilo é que era uma paixão de cu p’ra baixo! E deu-lhes com preeminência de cu p’ra cima! e ela, sempre muito dócil, de cu p’ra baixo, arredava a frieza, de cu p’ra cima: era vê-los a pegarem-se pelas coxas, de cu p’ra cima e a deixarem fragmentos da luta de cu p’ra baixo; Esmagavam-se no gesto de cu p’ra cima que faziam no Inverno de cu p’ra baixo; deixavam traços de cu p’ra cima e murmúrios esmagados na boca, de cu p’ra baixo. O pior era o sangue que saía da matéria, de cu p’ra cima, numa verdadeira torrente de cu p’ra baixo.
Por: Aninhas
(Esta obra é da autoria da minha maluka "Nana" tendo a particularidade de ter sido escrita, no meu retiro espiritual...a minha sanita!)
Obrigado Nana
24º
A torrente de fragmentos de memória, em luta constante naquele lugar perdido entre a consciência e a inconsciência, inscreve-se em sangue e dor, ganhando preeminência entre os pensamentos difusos. Os reflexos errantes do que foi e do que poderia ter sido, esmagam os risos e até o gesto mais simples esbarra na frieza da matéria, no chão frio das recordações perdidas. Para além do que recorda agora, a prosa sibilina e soluçada do passado perde pedaços com o tempo que passa. Os traços deste Inverno deixam marca. É difícil perder a fé num frio assim. E em sonhos, por entre os lábios quase cerrados, da sua boca saem murmúrios de preces pelo futuro. É preciso segurar o que foi, porque parte perdida não é parte alguma e é no íman da paixão passada que se deixa desaguar, dócil. Dobra o corpo numa posição fetal, aquece as mãos geladas entre as coxas e, por fim, recolhe em sonhos os pedaços perdidos do que foi e do que é, para continuar a ser.
Por: Hipatia

março 05, 2007

Pois é...

Vós, que vindes aqui silenciosamente como quem nada quer, deixai ao menos um olá, um simples olá. Para eu ficar a saber que sois vivos, e se assim for, ainda bem que existindes, caso contrário, saberei-vos...mortos !
Pensamento do Dia
"Só existe o presente, cada instante desaparece para sempre."
23º
Inverno? … na cama passa-se melhor
Sangue? … não dá muito jeito, mas há dias em que não faz diferença.
Frieza?... vá de retro!...
Prosa? …pouca… prefiro acção!
Chão? …pode ser, mas com almofadas por baixo…
Traços? … se forem perfeitos alinho.
Íman? … funciona sempre se o exemplar for dos bons.
Dócil? … só o cachorro do vizinho.
Paixão? …sou.
Coxas? …humm… nem respondo…
Esmagam? … à bruta, mas q.b.
Fragmentos? …de roupa rasgada.
Boca? … e muitos beijos.
Gesto? … ok. Eu calo-me…
Murmúrios? Ao ouvido, mas também no resto da pele.
Torrente? … de líquidos quentes.
Risos?... sim, mas só depois de satisfeita!
Matéria?… se for de Preeminência é cinco estrelas!
22º
Gesto maduro
Dentro das coxas
Risos felizes
Na tua boca.
Prosa ligeira
Íman, surpresa,
Paixão acesa
Cala a frieza
Traços inteiros
Murmúrios lentos
Sangue vertido
Em mil fragmentos.
Matéria dócil
Torrente amena
Traços que esmagam
Gente pequena
Inverno amargo
Dias de luta
Preeminência…
Filha da puta!
(Nota final: é que a porra da preeminência estava tão difícil que estragou a linda composição que me estava a sair tão direitinha…)

março 03, 2007

21º
O texto tinha já sido alinhavado previamente a TRAÇOS largos mas, mais do que a FRIEZA do INVERNO lá fora, a PREEMINÊNCIA da PROSA inúmeras vezes ensaiada com tanta PAIXÃO gela-lhe o SANGUE nas veias. DÓCIL como uma criança apresenta-se à assistência que a atrai como um ÍMAN. Dentro de si trava uma LUTA entre saltar de alegria e comportar-se à altura do acontecimento. No preciso momento em que o ruído dos seus passos que ESMAGAM o CHÃO tantas vezes pisado por outras glórias, se faz ouvir na grande sala, todos os RISOS e MURMÚRIOS cessam de imediato. Esta é a matéria de que são feitos os sonhos, pensa à medida que da BOCA lhe saiem os primeiros FRAGMENTOS do discurso. As COXAS tremem-lhe ainda quando, com um GESTO dramático, se dirige para a plateia e solta a TORRENTE de palavras que lhe queima a garganta:
I would like to thank the Academy for this award!!!
Enviem os vossos textos para:
tozribeiro@gmail.com
20º
Fragmentos de paixão

Olhava a parede onde traços incertos e garridos deixavam expressa a raiva de quem não conseguia encontrar o caminho. No gélido chão de Inverno deixava correr os minutos à tua espera. Uma torrente de sentimentos aflorava na pele pronta a explodir de paixão. Sentia a frieza do vazio a percorrer o sangue que me inundava desde a noite em que o nosso amor se tornou em fragmentos dispersos, estilhaços de duas vidas perdidas numa matéria sem consistência. Uma luta inglória contra a solidão que se agarrou ao meu peito como um íman atroz. Ouço em transe os murmúrios que a tua boca já não sussurra. Adivinho o gesto que as tuas mãos desenhavam nas minhas coxas na madrugada em que dócil despertava só para ti! E os lábios esmagam beijos ardentes no livro das lembranças escrito em prosa que abri dentro de mim! Sinto a loucura chegar em risos selvagens que apagam a preeminência de um amor agora moribundo. Deito-me no soalho gasto, onde os ruídos se acumulam. Fecho os olhos numa lenta agonia. Transformo o meu corpo em ausência…braços estendidos em sinal de espera.
Erguem-se teias de aranha que não quero quebrar e entro vazia na escuridão da noite.

março 02, 2007

Caríssimas Leitoras:

Tende a bondade de olhar para a minha boca e o gesto que faço com o baixo-ventre...
Aquela que arder no desejo de partilhar da minha cama, que venha ter comigo; mas ponho uma rigorosa condição à minha hospitalidade: Peidos, não !

Pensai nisso !
19º
Noite quente
Sabia bem tanto no Inverno como nas outras estações do ano, sobretudo emnoites frescas quando o trote do relógio se fazia notar pelo desconforto da frieza na pele. Foi achando cada vez menos piada ao conjunto, que revelava uma falsa preeminência sob o pretexto da igualdade entre pares. Mas a peça mais simples de todas, aquela que era efectivamente útil pelo conforto que proporcionava e pela aura de mistério que a envolvia, essa, anda hoje faz parte do seu imaginário da paixão. A dimensão generosa e o negrume protector permitiam, com um gesto rápido e decidido, ocultar dois amantes sequiosos entre a mais numerosa multidão, dando plena liberdade aos movimentos frenéticos da boca de cada um e abafando discretamente os murmúrios que prenunciavam desfecho a sós. No meio da torrente em movimento descontrolado, era como se estivessem no centro de um tufão, onde se diz reinar uma paz enganadora, prenúncio da luta titânica contra os elementos em fúria que tudo arrastam e esmagam à sua passagem. Depois da tempestade de vozes e encontrões, de acordes e poemas, aquelas noites traziam o encanto dócil do calor dos corpos envoltos em tecido de lã,negro como o mistério das noites de prosa espontânea e risos de prazer, sangue fervente, traços largos de imaginário em cavalgadas de freio nos dentes. Ficassem os corpos desfeitos em fragmentos indefinidos, as mãos cheias do sabor agridoce de coxas, antebraços, faces e seios, olhos brilhantes, íman para o recomeço da batalha, rotações sucessivas pelo chão em brasa até que o universo da matéria tocasse a porta de entrada para aquinta dimensão.

março 01, 2007

Pergunta do Dia
A vossa natureza é mais ou menos terrestre, que a dos vossos semelhantes ?
(nada de mentiras, dizei o que pensais)
18º
Loucura Branca
A PREEMINÊNCIA da parede branca, num quarto despido de qualquer MATÉRIA, é um ÍMAN ao refúgio, ao isolamento, à distância de si e dos outros...Senta-se no CHÃO, e olha a parede, a parede branca totalmente brancadiante dos seus olhos, a FRIEZA do seu olhar contrasta com os seus TRAÇOS faciais cândidos e gentis e o ar DÓCIL do seu rosto que a sua pele alba lhe dá. Um quarto seu, só seu que mais ninguém conhecia de tão seu que era...É um quarto despido, mas repleto de FRAGMENTOS que ESMAGAM e surgem que nem uma TORRENTE no INVERNO. E só, naquele quarto branco e vazio, recorda os momentos da PAIXÃO vivida, lembra a BOCA beijada e ouve os MURMÚRIOS outrora trocados ao ouvido. E deita-se, fecha-se sobre si que nem uma concha e num GESTO abrupto e repentino coloca as mãos entre as COXAS e arranha-se brutalmente como se uma forte comichão o atacasse, e as unhas aparadas cravam-se na pele. Pedaços de pele nas unhas, SANGUE a escorrer pelas pernas abaixo, num autêntico acto de LUTA, numa batalha interior, pára e olha o vazio. Solta a primeira gargalhada.... Olha-se e sente pena de si! Ri-se da PROSA que dava a sua história, dos momentos vividos naquele quarto quando o mesmo tinha uma cama, um armário, duas mesas de cabeceira com fotografias dele, dela e deles, candeeeiros, relógio despertador, quando naquela parede agora branca existia uma pintura a óleo dos dois...
Ecoam RISOS.... no silencioso quarto!
17º

Vinte palavras apenas

Uma mulher tão desempoeirada em casa, na fábrica e por todo o lado e esquecera-se de um gesto. Da prosa escrita em papel a comunicar a situação mal tivera a confirmação. Em fragmentos revia a torrente de murmúrios entre as coxas, naquela luta dócil de risos na boca e paixão a alagar o chão que a deve ter gerado. Os traços dessas tentativas sucediam-se alegremente por todo o canto da casa desde a mesa da cozinha ao lavatório da casa de banho, sem esquecer o escurinho da dispensa porque era suposto engravidar e alardear o primeiro neto de ambas as famílias. E agora frente à frieza daquele homem, com a preeminência que lhe assiste de maximizar os seus proveitos económicos e lhe estende aquele íman de olhos com umas vinte palavras a que chamam carta de despedimento, sente o inverno a penetrar-lhe os ossos e as veias tornando-a impotente para qualquer movimento. Não pensara que o sangue que alimenta a matéria dentro de si era passível de castigos e punições, apenas por o fazer mas agora sabe que as injustiças esmagam a esperança de vida.